Entrevista com Intercambista: Maria Eduarda Carrupt de Almeida

Julho 21, 2023

   maria eduarda

 

Meu nome é Maria Eduarda Carrupt de Almeida e entrei no curso de Farmácia no período 19.1.

Meu estágio foi entre os meses de Setembro de 2022 e Fevereiro de 2023 na cidade de Sittard, sul da Holanda. Fui fazer um estágio e não cursei disciplinas! Era como um trabalho mesmo, de 9 as 16h.

 

1. Você recebeu algum tipo de ajuda financeira? Se sim, qual foi o valor? Conseguia se manter com essa bolsa?

   O programa que eu fui, Living Lab Biobased Brazil, paga uma ajuda de custo de 550 euros para os estudantes.

   Viver apenas com esse valor depende muito da cidade e estilo de vida. Meus gastos de aluguel, alimentação e algum lazer local eram do valor da bolsa ou um pouco mais. A Holanda é um dos países mais caros da Europa, então os valores eram bem elevados, mas dava para economizar e fazer caber dentro da bolsa! Em resumo, meus gastos eram de uns 600 euros por mês. No começo é mais dificil porque são muitas despesas ao mesmo tempo: seguro saúde, passagens, visto, roupas de frio, bicicleta. Mas depois tudo se encaixa!

2. O custo de vida era muito elevado?
   Sim. Até para os europeus a Holanda é conhecida por ser cara, e com a conversão de 6 reais - 1 euro, um pint de cerveja poderia chegar a 50 reais. Comer em restaurantes e consumir serviços num geral era de custo elevado, mas as compras de mercado assemelham-se ao Brasil. Comer e beber em casa era mais acessível, então dá para viver bem gastando menos.

 

3. Morou em que tipo de moradia?
   Eu aluguei um quarto numa casa que já tinha dois moradores holandeses. Outros intercambistas já haviam morado lá, então peguei o contato com eles.


4. Como funcionava o seu estágio no intercambio? Haviam outros intercambistas? Como foi a recepção?
   Quando cheguei lá, me colocaram num grupo com outros 2 holandeses para trabalharmos num projeto, além de haver um profissional experiente que me auxiliava no laboratório, dois professores orientadores e outros especialistas em equipamentos laboratoriais. O local era um polo industrial onde as empresas faziam parcerias com a universidade para resolver problemas ou desenvolver novas tecnologias. Então, recebi um dossiê com os objetivos do projeto e materiais de apoio para abordá-lo. Por 6 meses trabalhei com pesquisa, testando catalisadores e substratos num reator, e analisando o rendimento do produto. Eram 8h por dia, havia reuniões semanais para que eu pudesse apresentar ao meu grupo o andamento da pesquisa. Era tudo organizado para que eu tivesse muita autonomia ao conduzir os experimentos, ao mesmo tempo que havia muito apoio por parte dos profissionais experientes e professores.

   Haviam outros 2 brasileiros. A recepção foi muito boa, junto com os outros estudantes holandeses. Existe uma coordenadora desse programa, e ela é muito prestativa, então foi bem legal.

5. Como você ficou sabendo da oportunidade de fazer estágio em outro país? Como é feito o processo seletivo? O intercambista consegue escolher o tempo de duração da mobilidade acadêmica?

   Fiquei sabendo pela página da DRI.

   O processo seletivo consistia em enviar currículo, carta de motivação, histório escolar e comprovante de proficiência em inglês para o email do programa. Depois, houve uma rápida entrevista, e duas semanas depois me enviaram o resultado.
   Não foi possível escolher o tempo de duração. Algumas pessoas estendem o intercâmbio para mais 6 meses, mas isso depende de muita coisa. Geralmente são 20 semanas.

‌6. Quais foram suas principais dificuldades? Quais conselhos você daria para quem tem interesse em fazer intercâmbio?
   O clima definitivamente foi um grande fator de dificuldade, peguei o inverno e foram muitos dias gelados e escuros. O começo também é complicado, porque apesar da maioria das pessoas terem um bom nível de inglês, todas as placas, lojas, cardápios, informações, conta no banco, burocracias etc são em holandês. Enquanto não tinha o chip de internet para ter acesso ao tradutor, foi sofrido.
   O conselho que dou é: vá! A oportunidade de viajar, estudar e vivenciar uma outra cultura é muito valiosa, foi transformador ter vivido esse intercâmbio.